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Poker Stars NoIQ Poker

Wednesday, May 30, 2007

Cenário: A♠ 7♠ multi-way pot

Esta resposta é retirada de um questionário de um dos dois foruns onde participo activamente...

* Game: Limit Hold'em, Full-Table Cash Game
* Position: Cut-Off
* Type of Game: Normal
* Blinds: $10/$20

3 jogadores fazem Limp, tu tens fazes também Limp, o botão também faz limp mas a small blind faz raise e todos os Limpers fazem call.

Flop -- small blind aposta 2 jogadores fazem call , 1 Fold, Tu ?

Na tua opinião qual a melhor opção e porquê?



No contexto específico desta mão, eu considero que é dos momentos em que faz menos diferença um call ou um raise e a minha decisão vai depender dos jogadores adversários e do mood do momento (em função do historial das mãos, de como se está a comportar a mesa, como são os adversários e como tendem a responder, etc). Eu respondi call porque se estiver indeciso tendo para o call dado que este implica menor variância e por este ser o cenário para este tipo de mão em que o raise tem menos interesse, na minha opinião...

Num contexto mais geral, este tipo de mão (nuts flush draw e posição) pode justificar um raise por razões diferentes:

> Se estivermos contra poucos adversários e estes forem passivos (jogadores medianos-fracos não agressivos) poderá optar-se por um raise no flop e bastante provavelmente iremos ter a possibilidade de ver o River de borla caso se tenha falhado no Turn. Esta jogada é contudo muito convencional, se falharmos o turn denunciamos fraqueza e a nossa mão fica evidente para praticamente toda a gente.

Se os jogadores forem fortes ou maníacos a jogada tenderá a funcionar pior pois iremos ter como resposta frequentemente um re-raise no flop se o jogador que fez o bet se enquadra num daqueles dois estilos e tem mão no Flop. Corremos o risco de terminar heads-up (afastar o terceiro jogador) com esta acção e um 3bet é algo que não nos interessa em heads-up com um draw ainda que muito bom.

> Se estivermos contra 4 ou 5 adversários o raise passa a ter um carácter diferente e funcionará praticamente como um value raise dado que neste contexto nós passamos a favoritos e no Flop estamos em vantagem. No Turn se falharmos o flush deixamos de estar e no river qualquer jogador (com vários adversários) tenderá a jogar defensivamente na presença de 3 espadas, pelo que o momento para um raise é o Flop.


Contra dois jogadores, um raise tenderá a cortar a acção pós-flop e possivelmente a afastar um dos jogadores (além de que frequentemente denunciará a nossa mão). É portanto das alturas em que menos vantagens apresenta o raise...

Sobre as diferentes razões para um raise vale a pena consultar um artigo recentepresente neste blog - Raise: why, where and when?

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Monday, May 28, 2007

Um mês...

O Blog celebrou este fim de semana o seu primeiro mês de actividade, somando até agora duas dezenas de artigos. Aqui ficam alguns dados relativos a este primeiro mês...

Páginas Vistas: 3.200
Visitas: 1.900
Visitantes: 530

O video teve 134 downloads. Foi também a secção dos arquivos mais visitada, seguida da secção de Teoria.



Friday, May 25, 2007

Bonus & Rakeback

Este é um tema que certamente desperta a atenção dos jogadores online e que é responsável em grande medida pelas opções que os jogadores tomam. Nem sempre as melhores, diga-se...

O Poker Online apresenta uma grande vantagem face ao Poker Live (em Casinos) neste capítulo pois não só o Rake tende a ser mais baixo do que no Poker Live como ainda as casas oferecem por norma deals na forma de Bonus, Propositions e Rakebacks.

Mas devo no entanto referir que pessoalmente não sou um grande apologista destas ofertas na medida em que tendem por norma a ser responsáveis por más opções dos jogadores que descuram aspectos mais relevantes na perseguição daquelas ofertas.


Bonus

Pela minha experiência em dois anos e meio de Poker Online cheguei à conclusão (há já bastante tempo) que as casas com melhores bonus tendem a ser aquelas que têm mesas menos apetecíveis, carregadas dos chamados «bonus whores», jogadores conservadores e tight em regra geral que ainda que não sejam grandes jogadores não são também aqueles a quem é mais fácil tirar dinheiro. Simplesmente são jogadores que seguem estratégias conservadores que tendem a ficar perto do even (eventualmente ligeiramente ganhadores) e cujo objectivo é reduzir a variância e no fim... recolher o ganho na forma de bonus. As mesas perdem acção e afastam também os piores jogadores que detestam este tipo de Poker.

O winning rate sai sacrificado, simplesmente não é possível ganhar muito em mesas destas pelo que o que se ganha em Bonus perde-se dupla ou triplamente em winning rate.


Rakeback

Muito do que disse para os Bonus aplica-se ao Rakeback. Acresce ainda que os bons jogadores (não só os «bonus whores») perseguem o Rakeback. Praticamente não há bom jogador que não tenha um deal de rakeback.

Aqui também vale a pena registar o seguinte: as casas apresentam diferenças assinaláveis nas suas estruturas de rake e que podem chegar aos 1, 2 ou mesmo 3% de diferença entre umas casas e outras para os mesmos stakes. Os jogadores limitam-se a olhar para as ofertas de rakeback sem comparar os rakes cobrados na mesa. Eu pelo menos vejo «a toda a hora» os jogadores a referir que têm x% aqui e y% ali e nunca os vejo comparar o rake cobrado por cada casa. Ora, estas diferenças podem ser facilmente superadas pelos rakes cobrados nas mesas pelo que os deals podem ser afinal piores. Por exemplo, a Cryptologic onde surgem alguns deals interessantes que chegam aos 40% têm um rake médio em $2/4 de 4.2% segundo uma amostra que recolhi. A Full Tilt onde o deal comum é de 27% tem um rake médio nos mesmos stakes de 2.8%!

Oferece menos de rakeback mas cobra também significativamente menos na mesa. Na verdade, fazendo o calculo do Rake efectivo, as condições na Full Tilt são melhores.

Note-se que este aspecto soma-se ao dos Bonus e que os dois concorrem para péssimas mesas. Estes dois exemplos de casas com deals interessantes também são as casas que conheço onde as mesas de FL são das piores que tenho conhecimento. Na verdade consigo um lucro médio maior noutras casas (mesmo sem deals) do que nestas somando o lucros na mesa mais os deals.


Estas ofertas são também frequentemente responsáveis por escolhas inadequadas dos jogadores também no que refere aos stakes que vão jogar (muito especialmente quando se trata de «limpar bonus») onde acabarão por jogar níveis incorrectos para a sua banca, conhecimentos e experiência com o objectivo de limpar os bonus mais rapidamente.

Obviamente não estou a dizer que bonus, rakes e outros deals devem ser descurados por completo. Mas é importante perceber que estas ofertas afectam as mesas, o tipo de poker praticado e o perfil do jogador típico da casa. É também importante entrar em linha de conta com outros factores como o rake cobrado pela casa ou winning rate que o jogador consegue em cada um dos sites.

Há ainda outros factores mas esses são mais óbvios (como por exemplo o trafego de cada um dos sites) pelo que me centrei naqueles que tenho a percepção que os jogadores tendem a descurar...



Artigos Relacionados:
Deals de Rakeback
Análise a 4 Redes

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Wednesday, May 23, 2007

Outs e Não Outs...

Com pouco tempo nos últimos dias para actualizar o Blog, deixo aqui um texto que recupero de uma discussão recente que faz alusão a um equívoco bastante frequente quando um jogador termina heads-up com outro jogador e está dependente de umas 15 outs...

A discussão surgiu a propósito de determinar a mão favorita entre um A A e um T 9 perante o flop:

2 7 8

Existem no baralho 14 cartas que servem o jogador do T9s e 31 que servem o jogador do AA (note-se que o jogador do T9s tenderá a considerar 15 outs em 47 uma vez que não conhece com exactidão as cartas do adversário). O equívoco frequente é tomar erradamente aquelas 31 cartas como se tratando de outs para o AA por oposição às 14 outs para o T9s.

Aqui fica o texto:

Assumindo que o T9s tem x outs, o T9s para vencer precisa que saia uma das suas x outs ou no turn ou no river.

Assumindo que o AA tem y cartas que não são outs para o T9s, o AA precisa que saia uma dessas y cartas no Turn e também que saia uma das y-1 sobrantes igualmente no river.

Dito de outra forma: o T9 tem um conjunto de cartas que o faz passar à frente do AA e precisa que saia uma delas numa das duas vezes (basta numa), a chamada disjunção em linguagem matemática; o AA tem um conjunto de cartas que o mantém na frente e precisa que saia uma dessas cartas das duas vezes, a chamada conjunção em linguagem matemática.

Para fazer uma analogia e para veres como as mãos não estão nas mesmas circunstancias e portanto o numero de cartas favoraveis não pode ser contabilizado e comparado directamente dessa forma imagina o seguinte:

Dois individuos estão perante um saco com 47 bolas: 15 bolas brancas e 32 bolas pretas.

Agora, um escolhe as bolas brancas e outro as pretas. As regras são as seguintes, serão tiradas duas bolas do saco: o jogador que joga pelas brancas ganha se sair pelo menos uma branca; o jogador que joga pelas pretas ganha se sair preta de ambas as vezes (isto é, não pode sair branca em nenhuma das duas vezes).

Estão bastantes mais pretas no saco do que brancas (há mais bolas que servem ao jogador das pretas do que ao jogador das brancas) e no entanto quem vai ganhar mais vezes esta disputa é o jogador das brancas.

P(pretas)=32/47*31/46~=0.459= 45.9%

P(brancas)=1-P(pretas)~=54.1%

Já usei estes números para mostrar que se um jogador tem 15 outs no Flop que podemos considerar seguras, acabará por ganhar a mão um pouco mais que 50% das vezes se tiver oportunidade de ver o Turn e o River.

Para total esclarecimento e tal como poderão conferir em qualquer software de simulação o T9s é neste caso específico a mão favorita por 52.6 versus 47.4%...

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Saturday, May 19, 2007

AA small raise

Coloco aqui um excerto de uma intervenção minha acerca de um small raise pré-flop com AA pois parece-me de interesse geral. No final acrescento uma pequena nota com as melhores cartas para um all-in versus AA...


«Não é ser result oriented (não decorre do resultado desta mão) mas pela minha experiencia em SNG's, um raise desses não é de uma forma geral uma boa opção. Um bom raise é mais vantajoso que um pequeno raise como aquele que fizeste e vai trazer-te melhores resultados no long-run.

O AA é muito bom contra todas as outras cartas, ao fazeres um bom raise o adversário tenderá a fazer call com alguma coisa de jeito mas isso não é problema pois a performance do AA contra outras cartas boas é excelente. Contra o Top Ten o AA ganha cerca de 85% das vezes. Esta parte é interessantíssima, tu vais ganhar mais vezes contra o Top Ten do que por exemplo contra 65o que era o que ele tinha neste caso, isto para mostrar que realmente não tens interesse em que ele te faça call com «lixo» pois não tens nenhum ganho com isso, na verdade estás a convidá-lo a fazer call com coisas mais fracas mas que contra AA portam-se melhor (o 65o bate o AA 19% das vezes e o Top Ten bate apenas uns 15% das vezes!). Tu preferes que ele te faça call com KK, QQ ou AK do que com 65o e coisas semelhantes...

Para além disso, ao fazeres um bom raise, se a mão por acaso não passar do flop (o adversário falhar completamente o flop) tu já ganhas o raise pré-flop ao passo que com um pequeno raise, se o adversário falha o flop e desiste cedo tu ganhas pouco. Em contrapartida, em qualquer um dos casos estás sempre sujeito (algumas vezes) ao flop lhe sair favorável e ele levar-te a stack toda.

Portanto, raises pequenos compensam menos quando o adversário falha o flop (a maior parte das vezes os jogadores «falham o flop»; se ele já foi obrigado a por uma boa maquia no pré-flop, estamos a garantir que nas vezes em que lhe vai correr mal o flop nós já ganhamos alguma coisa de jeito mesmo que a mão não passe para além do flop). Raises pequenos levam também a que tenhas calls de cartas que até batem mais vezes o teu AA (e de forma mais imprevisível) do que se o «obrigares» a fazer call com coisas melhores.»

Poderá parecer estranho que um 65o (19%), um 87s (23%) ou até um 97s (21%) se comporte melhor que um KK (18%), um QQ (19%) ou um AK (12%) contra um AA. Tal deve-se às formas que as outras cartas têm para bater o AA. Uma das diferenças é o facto do AA interferir com as outs para sequência das restantes premium além da eventualidade de preencher uma sequência superior.

Já o primeiro grupo é ligeiramente mais versátil nas possibilidades de bater o AA (por exemplo, dois pares desde que na board não surja um terceiro par comum) e nas sequências não sofrem coma interferência do AA.

Melhores cartas para um all-in versus AA: suited connectors médios, em especial os dois melhores 87s e 76s (23%).

Entre os pocket pairs, os melhores são: 88, 77, 66 (20%).

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Thursday, May 17, 2007

Raise: why, where and when?

As perguntas que um maníaco não faz...


Raise para reduzir o Field - Este raise aplica-se essencialmente no pré-flop especialmente com pares de mão médios-altos (tipo QQ/JJ/TT) dado que são mãos que têm bastante a ganhar com a redução do número de adversários a contestar a mão. No Flop faz sentido ainda quando detemos por exemplo o top-pair com bom kicker numa mão em que se encontram vários oponentes ainda em jogo e é uma forma de protecção contra chases de jogadores à procura de melhorar a mão com um segundo par, por exemplo. No Turn poderá servir ainda para tentar forçar jogadores a foldarem um inside straight, por exemplo.

Com pares como AA/KK quase que os podemos considerar value raises (ver grupo seguinte). Com pares médios-baixos poderá surgir numa posição tardia com o objectivo de steal ou de isolar-se com uma das blinds.


Value Raise - Ao contrário do raise anterior em que se pretende proteger a mão ou criar melhores condições para o tipo de mão que detemos, forçando outros jogadores a foldar mãos marginais, projectos ou mãos débeis domináveis tipo Ax, neste segundo caso o raise surge a contar com o call do oponente pela simples razão de que esse raise/call tem EV+. Ou seja, realiza-se o raise pelo valor acrescido do mesmo (imagine-se por exemplo um raise no Turn ou no River com AK e uma board tipo AK874).

Ao contrário também do raise anterior que toma a primazia nas fases iniciais da mão, este é um raise cujo contexto se insere melhor na fase final da mão.



Raise de Bluff - O raise de Bluff é um raise que tem uma única finalidade: levar o adversário a foldar. Um Bluff consiste em simular uma mão que não se tem e a única hipótese de ganho dá-se se o adversário foldar. Em FL este move tem de ser utilizado de forma bastante criteriosa e apenas se considerarmos elevada a probabilidade do adversário foldar (obviamente não se tentam contra calling stations). Por norma, justifica-se se a textura da board for favorável (existir um projecto aparente, um par na board, etc) e acreditarmos que o adversário tem apenas high-card ou uma mão débil susceptível de foldar.

Este move funciona melhor contra jogadores sólidos...


Raise de Semi-Bluff - A diferença do Semi-Bluff é que neste caso detemos um projecto de qualquer tipo e portanto existem hipóteses razoáveis de vir a ganhar a mão. O raise é util neste caso por duas razões, especialmente se temos posição: por um lado podemos terminar a mão mais cedo, deixando assim de estar dependente das outs; por outro lado, é uma forma de conseguir free-cards em projectos de cor ou sequência, isto é, evitar ter de pagar de novo no Turn caso não saia nenhuma das outs.

Ao contrário do move anterior, este não funciona tão bem contra bons jogadores dado que estes tenderão a identificar melhor os Semi-Bluffs e poderão responder com re-raise. O mesmo resultado ocorrerá com frequência contra jogadores agressivos, mesmo que pouco sólidos embora o raise surja por razões diferentes.


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Wednesday, May 16, 2007

Dois Teoremas

Sklansky Fundamental Theorem of Poker versus Morton's Theorem


Sklansky Fundamental Theorem of Poker

"Every time you play a hand differently from the way you would have played it if you could see all your opponents' cards, they gain; and every time you play your hand the same way you would have played it if you could see all their cards, they lose."


Morton's Theorem

"A player's expectation may be maximized by an opponent making a correct decision."



O Teorema Fundamental apresenta-nos o conceito subjacente à forma como se processam os ganhos e perdas no Poker. Basicamente diz-nos que ganhamos com cada erro do adversário e perdemos para ele com cada erro nosso. Este teorema aplica-se com toda a segurança a situações de heads-up, isto é, Jogador A contra Jogador B. Nessas circunstâncias o teorema estará sempre correcto.


Em situações em que existem vários jogadores envolvidos, o Teorema Fundamental nem sempre permanece totalmente válido. Este fenómeno implícito no Teorema de Morton e que contradiz parcialmente o Teorema Fundamental é igualmente conhecido por multiway collusion: dada a interferência da
s decisões dos vários jogadores entre si, as expectativas de ganhos do jogador em vantagem podem baixar com a tomada de uma ou várias decisões individuais incorrectas por parte dos seus adversários.

Note-se que ambos os teoremas dizem respeito ao conceito do EV - Expected Value. Os ganhos e perdas referidos nos teoremas referem-se aos ganhos e perdas esperados no longo-prazo para cada uma das decisões.


Convém ainda notar que sendo o Poker um jogo de informação incompleta - o jogador não tem forma de saber a mão exacta do adversário - a formulação do Teorema Fundamental é uma abstracção e que não deve ser confundida com uma análise orientada pelos resultados (results oriented).

Na prática e numa situação real de jogo, a qualidade de uma decisão é avaliada com base na informação disponível no momento em que é tomada e a cada jogador caberá o exercício de colocar o adversário num range de mãos adequado ao seu perfil e linha de acção.

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Monday, May 14, 2007

Anna Kournikova faz sentido?

AK aka Anna Kournikova, looks pretty but never wins. Soa bem mas... faz sentido?

Não!

AKs e AKo são das hole cards mais favoráveis de entre as 169 combinações de valor distinto que existem, encontrando-se seguramente entre as 5 combinações mais lucrativas e com maior taxa de sucesso. Existe também a noção de que o AK perde bastante com o alargamento do field de jogadores a disputar a mão, o que também não é verdade. De facto trata-se de uma mão pouco sensível ao alargamento do field e tende a comportar-se bem, no long-term, em ambos os casos.


Os valores que seguem correspondem à minha BD actual com 116.700 mãos e dizem naturalmente respeito ao SH FL (maioritariamente $1/2, $2/4 e $3/6).


Top Ten por taxa de sucesso

AA : 532 : 77.1%
KK : 562 : 66.7%
QQ : 524 : 65.3%
JJ : 543 : 60.8%
AKs : 318 : 56.9%
AKo : 1039 : 54.3%
TT : 591 : 53.6%
AQo : 1091 : 53.4%
AQs : 344 : 50.9%
AJs : 345 : 50.7%


Top Ten por taxa de lucro (BB/mão)

AA : 532 : 2.7
KK : 562 : 2.1
QQ : 524 : 2.0
JJ : 543 : 1.4
AKs : 318 : 0.95
TT : 591 : 0.88
AQs : 344 : 0.79
AQo : 1091 : 0.77
AKo : 1039 : 0.73
KQs : 378 : 0.71


AK?... Looks pretty and wins pretty much!

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Friday, May 11, 2007

9♦ 9♠ mid position (FL SH $2/4)

Uma mão interessante e com um final agri-doce. Este exemplo ilustra de certa forma algo que referi na primeira mão desta secção - a flexibilidade do meu jogo conforme as circunstâncias específicas - e penso que será interessante deixar aqui esta mão e apontar as razões que me levaram a jogar desta forma.

É extremamente importante contextualizar esta mão:

1. O VoodooSG é um jogador bastante sólido e relativamente tight/agressive. É um jogador que notariamente está atento aos restantes jogadores e que inclusivamente se dá ao trabalho de mudar de lugar (ele encontrava-se à esquerda do ronb114 e mudou para uma posição a seguir a ele, algo que eu também faço com alguma frequência em situações semelhantes). Estou certo que ele tem igualmente uma imagem concreta formada a meu respeito também.

2. O ronb114 e como já será fácil de adivinhar é um maníaco que está a ver mais de 80% dos flops e a raisar quase metade dos pré-flops.

3. O saintc70 é sólido e tight, os restantes e muito em especial o LUCAo são calling stations.


***** Pacific Hand History for Game 46925270 *****
$2/$4 Limit Hold'em - *** 05 10 20:32:40 2007
Table Brandy Highball (Real Money)
Seat 1 is the button
Total number of players : 6
Seat 10: VoodooSG ( $89.5 )
Seat 1: antzzz ( $500.75 )
Seat 5: sandybuc ( $186.69 )
Seat 6: LUCA0 ( $226.1 )
Seat 8: ronb114 ( $452.7 )
Seat 9: saintc70 ( $240.9 )
sandybuc posts small blind [$1].
LUCA0 posts big blind [$2].
** Dealing down cards **
Dealt to antzzz [ 9 9 ]
ronb114 raises [$4].
saintc70 folds.
VoodooSG raises [$6].
antzzz raises [$8].
sandybuc folds.
LUCA0 folds.
ronb114 calls [$4].
VoodooSG calls [$2].

Aqui temos o ronb114 a raisar UTG, o saintc70 fora da jogada e o VoodooSG a responder com re-raise no que provavelmente é uma tentativa de se isolar com o maníaco. Dado o conhecimento que o VoodooSG notoriamente tem do ronb114, o range do VoodooSG é relativamente alargado encaixando aqui uma série de mãos boas para heads-up e não se tratando necessariamente de mãos premium. Eu sabendo disso, com calling stations por falar (a maior na BB) e fazendo uso da minha vantagem posicional sobre o VoodooSG resolvo tornar a mão disputada a três realizando novo raise.

** Dealing Flop ** [ 829 ]
ronb114 checks.
VoodooSG checks.
antzzz bets [$2].
ronb114 calls [$2].
VoodooSG calls [$2].

O Flop é praticamente perfeito. Com um projecto de cor na board o slowplay está fora de questão e noto que caso algum dos jogadores tivesse aberto com bet eu teria realizado um raise de pronto no Flop. Podemos também concluir duas coisas: o ronb114 falhou completamente o Flop e o VoodooSG aparentemente não tem um overpair.

** Dealing Turn ** [ 5 ]
ronb114 checks.
VoodooSG checks.
antzzz bets [$4].
ronb114 calls [$4].
VoodooSG calls [$4].

O Turn é praticamente inócuo para mim ainda que alargue as hipóteses de um straight. Neste contexto o ronb114 tende a ser o jogador mais perigoso (um jogador que faz raise em quase metade dos Flops está certamente a raisar com praticamente tudo o que é suited e tudo o que são connectors).


** Dealing River ** [ 6 ]
ronb114 checks.
VoodooSG checks.
antzzz bets [$4].
ronb114 calls [$4].
VoodooSG raises [$8].
antzzz calls [$4].
ronb114 folds.

O river é por certo um river bastante indesejável porquanto agora qualquer 7 me bate. Dado que ambos os jogadores checkaram (com um inside straight tão evidente a tendência sem posição é fazer bet para evitar um check/check) faço, com alguma segurança, novo bet. O ronb114 faz call (está obviamente batido!) e o VoodooSG responde com check/raise. Eu não posso de forma nenhuma foldar aqui a mão. Praticamente a única mão que encaixa no perfil do VoodooSG e que me bate é o 77. Talvez remotamente um 76s ou um 87s mas é algo improvável que este partisse para cima do ronb114 com um suited connector médio. Outra hipótese remota sería um A7s mas igualmente não o vejo tentar isolar-se sem posição com uma mão que caso tivesse calls estaría facilmente dominada.

Eu respondo com call perante um river tão ingrato: o VoodooSG não tem overcards como cedo concluímos, não é jogador para me tentar enganar com um Bluff patético (dado que certamente nunca funcionaria) portanto ou tem um 77 ou tem outro set. Se ele tiver a sequência leva a ronda a cap caso contrário fica-se muito provavelmente por um call a um raise meu.
Não me parece que um raise aqui tenha EV+ de uma forma clara dado o leque bem reduzido de possibilidades.


** Summary **
VoodooSG shows [ 6 6 ].
antzzz shows [ 9 9 ].

antzzz collected [$61.75].

No chat comentou que me tinha colocado em AA/KK/QQ devido ao meu pré-flop e que não contava que eu tivesse 99. Bom, eu também não contava que ele levasse a mão com um 66 até ao fim se bem que consigo compreender a jogada dele (foi atrás do trio mais a possibilidade de sequência que no entender dele sería suficiente também dado o leque em que me tinha colocado). Em todo o caso teria sido mais sensato desistir da mão e foldar, no meu entender. Assim tinha-se evitado o meu susto no final...
:)

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Thursday, May 10, 2007

Dia e Hora contam?

Trata-se de uma questão pertinente e que surge de onde a onde: qual o melhor dia e a melhor hora para jogar? O dia e a hora contam?

A amostra que tenho disponível para este exercício não é de momento tão grande como poderá parecer pois apesar da BD actual contar com mais de 100 mil mãos, após dividir a semana em celulas diárias e bi-horárias (pokertracker, session notes, more detail), o número de mãos em cada célula não é tão significativo quanto isso. Tanto mais que os resultados que vou apresentar são relativos aos stakes com mais mãos jogadas (no caso e até ao momento $1/2) e conta com cerca de 70 mil mãos. Há muito que tenho a impressão pessoal que em particular na sexta-feira à noite se encontram piores jogadores mas aqui ficam os resultados disponíveis:


Resultados Diários

Melhores dias: Terça-Feira (6.90 BB/100 em 10 mil mãos) e Sexta-Feira (6.44 BB/100 em 9 mil mãos).

Pior dia: Segunda-Feira (1.41 BB/100 em 8 mil mãos)


Resultados Horários

Melhores Horas: 12:00am - 2:00am (6.23 BB/100 em 18 mil mãos)

Aqui ignorei horas com menos de 5 mil mãos jogadas. Não é seguro que estes resultados tenham realmente expressão estatística. Mais tarde voltarei ao tema com um número de mãos mais significativo.

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Monday, May 7, 2007

Textura da Board

O jogador deve lutar contra a tendência de se focar na sua mão e de avaliar a board meramente no sentido em que esta lhe serve. Uma correcta a avaliação da textura da board é o grande passo para jogar não apenas com a nossa mão mas também com a (provável) mão do adversário...

A textura poderá definir-se como o conjunto de características das cartas que vão para a mesa (board) e que irão condicionar o jogo de todos os jogadores envolvidos. Mais do que saber exactamente que cartas estão na mesa, há que saber avaliar que tipo de combinação elas formam, de que forma o jogador deve abordar a mão com aquelas características e, igualmente importante, como essas mesmas características poderão influenciar a linha de acção dos restantes jogadores.


No que diz respeito a este aspecto do jogo, o Flop é o momento crítico, aquele que irá condicionar toda a mão de ora em diante. É o momento em que as decisões relativas à textura da board tendem a assumir a sua máxima importância e por essa razão o momento em que mais se irá centrar este artigo.

São 3 ou 4 - conforme o critério dado que duas delas podemos agrupar num mesmo grupo - as características a avaliar na textura do Flop:


  • A mais evidente é provavelmente o ranking das cartas, isto é, se a board apresenta cartas altas - e quais - ou cartas médias/baixas.
As cartas mais marcantes neste aspecto são os A's e os K's e que praticamente ficam num universo à parte das restantes. Um jogador minimamente sólido e que tenha falhado o flop ou, alternativamente, tenha atingido não mais do que uma mão mediana (um par médio ou até o bottom pair, por exemplo) estará muito susceptível a abdicar da mão na presença de um A ou um K no Flop. Se a board apresentar um Q ou inferior o jogador estará (progressivamente) mais disponível para contestar a mão. Isto faz sentido, é claro, dados os critérios genéricos de pré-selecção. A probabilidade de algum jogador deter o top-pair é obviamente mais elevada e além de ser mais elevada, tenderá a aguentar-se melhor até ao final da mão. Um top pair 77 e um top pair KK são coisas, obviamente, completamente distintas.

Por oposição, uma board com cartas médias e baixas tem uma probabilidade mais reduzida de algum jogador ter emparelhado no Flop ao que se soma o facto desse par ter bastante menos firmeza: um jogador com um par médio ou baixo está muito mais sujeito a ser batido no pós-flop e a generalidade dos jogadores tenderá a considerar que tem como outs as overcards que eventualmente tem na mão. Por hipótese o flop vem 832 rainbow e alguém com QT vai considerar que tem 6 outs, tendendo em grande parte dos casos a lutar pela mão. O mesmo jogador iria provavelmente foldar num flop tipo A32...


  • Outra característica chave é verificar se a board vem emparelhada e se sim, qual o ranking do par.
Este aspecto tem duas vertentes que o tornam importante: o facto da board vir emparelhada e especialmente contra poucos adversários aumenta consideravelmente a probabilidade destes terem falhado o flop; por outro lado, os adversários estarão bastante menos susceptíveis a contestar uma mão que vem com um par na board dado que as cartas que procuram poderão de nada lhes valer caso algum outro jogador detenha já o trio.
Qual o par em questão é igualmente determinante. Mais uma vez, uma board emparelhada do tipo KKT e uma outra tipo 335 são boards substancialmente diferentes. Na verdade, se por hipotese estivermos envolvido numa mão contra dois ou três jogadores tight ou razoavelmente tight podemos assumir como dado adquirido que numa board 335 ninguém acertou nada com a board ao passo que numa outra tipo KKT praticamente podemos dar por adquirido que entre os 3 alguém tem algo, ou pelo menos, um projecto bem forte. Entre três jogadores tight ou relativamente tight é difícil imaginar que ninguém tenha K, ninguém tenha T e não tendo nenhuma daquelas cartas também ninguém tenha QJ.

No caso de pares médios e baixos na board o perigo poderá vir essencialmente de jogadores loose e superloose ou das blinds se estas se envolveram na jogada pelo que neste tipo de board são os jogadores a que deveremos prestar maior atenção e crédito.

Outra peculiaridade das paired boards (e sempre tendo em conta o já o referido) são os casos em que o jogador detém um par de mão e ainda mais especialmente quando o jogador foi o agressor do pré-flop. São mãos que tenderão a ser bastante menos contestadas e que com elevada frequência podem ser arrumadas prontamente no Flop. Imagine-se o caso do jogador deter 99 e a board vir 885.

Estas são mãos que por norma merecem um raise no Flop caso algum jogador sem posição abra com bet, mesmo que existam terceiros jogadores por falar. Este raise tenderá a afastar jogadores com draws frágeis ou overcards. Por outro lado, caso alguém faça um cold call podemos coloca-lo num possível slowplay (alternativas são draws fortes ou outros pocketpairs, aqui excepção feita às super calling stations).

Quanto ao heads-up, não é muito provável que o adversário detenha o trio (num heads-up é bem mais plausível que este opte por um slowplay) sendo bem mais credível que esteja simplesmente a tentar roubar o pote ou então detenha o segundo par feito com a board. Pode ainda tratar-se de um semi-bluff com high cards. O raise no Flop continua a ser uma boa opção bem como a insistência no Turn, onde perante tal agressividade o adversário estará bem susceptível a desistir.


  • As restantes podem agrupar-se genericamente em boards com fortes possibilidades de projectos e consiste em avaliar os naipes constantes na board e a conectividade das cartas ali presentes.
As boards favoráveis a projectos de cor ou sequência tenderão obviamente a ser bastante mais contestadas e aqui a palavra chave para um jogador com mão feita é agressividade. Em FL praticamente não há forma de proteger a nossa mão perante os projectos nem essa é sequer a abordagem correcta nesta vertente do jogo, já que na generalidade dos casos nada fará o adversário desistir do projecto. E neste contexto, a atitude correcta é fazê-lo pagar sempre e pagar tanto quanto possível para que este coloque sempre (o máximo de) dinheiro no pote, quer nas vezes em que vai completar o projecto, quer no numero maior de vezes em que vai falhar.

Os projectos de cor são bastante evidentes ao passo que alguns projectos de sequência são bastante subtis tendendo a apanhar desprevenidos os jogadores no final da mão quando por vezes contavam ter esta ganha enquanto que as boards com projectos de cor tendem levar os jogadores a jogar mais defensivamente. Jogadores loose merecem especial cuidado em boards tipo QJ9 7 6. Existe aqui um leque considerável de mãos que completam sequência desde KT, passando por T8 e a terminar em 85.

Ainda mais subtil é a probabilidade mais elevada de alguém conseguir dois pares neste tipo de board - e mais uma vez com especial atenção para os jogadores loose - dado que os jogadores tendem a jogar mais as connected cards em geral (jogadores mais loose inclusivamente com gaps de uma ou duas cartas). Nesta board um AQ é uma mão que não merece ser jogada com grande agressividade na fase final dado o enorme leque de mãos plausíveis entre sequências como as já citadas a dois pares realizados com QJ, 76 ou até mesmo embora já menos provável com J9 e 97.

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Sunday, May 6, 2007

Considerações sobre SNG's

Longe de ser a minha especialidade, tenho realizado algumas incursões nos SNG's com especial preferência pelos SNG's de 18 jogadores da Full Tilt. Aqui ficam algumas considerações que poderão servir de alerta a outros jogadores para alguns aspectos pertinentes...

  • Um dos aspectos mais interessantes dos SNG's é o facto de apresentarem (em comparação com os MTT's) uma variância bem inferior. Tal deve-se à forma como a prize pool é distribuída (tende a ser bastante exponencial nos MTT's e mais linear nos SNG's) e pelo número/percentagem de jogadores a que o prémio é atribuído (mais largo nos SNG's e mais apertado nos MTT's). Pessoalmente, a nível de torneios, praticamente só jogo SNG's.

  • O Fee tende a passar despercebido mas é um parametro de extrema importância. Para SNG's de buy-in médio na casa dos $5 a $20 um Fee de 10% é o mais usual e podemos considerá-lo um valor médio e perfeitamente aceitável. Fees acima deste valor são uma extravagância e prejudica os jogadores, Fees abaixo deste valor são Fees bastante interessantes. Quanto melhor o jogador, mais prejudicado é este por Fees elevados dado que é este jogador que tenderá a levar a maior fatia da prize pool (fees maiores significam que menos é o dinheiro que entra que vai para a prize pool).

  • Outro aspecto importante é a duração dos SNG's (refira-se, mais uma grande vantagem dos SNG's face aos MTT's). Convém prestar alguma atenção a esse factor que irá condicionar o retorno por hora.

  • Por fim destaco a forma como a prize pool é distribuida. Este aspecto deve ser conjugado com o tipo de performance que o jogador obtém. Reproduzo uma discussão recente em que tomei parte que esclarece bem quanto a este aspecto em particular:

Citação:
I've never cared for the 18-man SNGs in that you have to battle an extra 9 players for 1 more payoff spot. Sure it pays more, but your odds (from a math standpoint) are much worse.

Isso não é assim tão relevante. De resto, não é claro o que ele quer dizer com isto. «From a math standpoint», eles não são nem melhores nem piores... são iguais. O payout em ambos é de 0.909 por cada dolar (90.9%).

Os SNG's de 18 jogadores duram mais ou menos o tempo de outros SNG's com menos jogadores (12 e 10 por exemplo). O range de jogadores em prémios é mais apertado, isso tem uma implicação na variância, nada mais (o prémio não é mais ou menos apetecível, os retornos é que vão sofrer maior variância se a pool for distribuída por uma percentagem menor de jogadores). Neste caso temos um prize pool significativamente maior para um torneio que dura sensivelmente o mesmo de outros torneios com menos jogadores (isto é um pouco variável mas já comparei e a diferença não é grande). Seguramente não dura o dobro do de 9!...

A redução da percentagem de jogadores tem outra implicação: ficas mais dependente da tua performance na «zona da bubble». Pessoalmente dou-me bem nessa fase mas menos bem depois na do heads-up onde a minha performance é ligeiramente mais fraca. Por isso, privilegio torneios que não favoreçam o primeiro lugar.


Já agora deixo aqui as minhas stats:

Stats de Torneios na Full Tilt


Em cerca de 430 SNG's destes fiquei em
1º 22 vezes
2º 32 vezes
3º 38 vezes
4º 30 vezes

Fico portanto ITM umas 30% das vezes numa prize pool de 22% dos jogadores o que é bom. Mas se jogasse torneios que favorecem-se mais os 1º isso prejudicava-me o resultado final. Estes resultados ficam muito aquém dos meus resultados em cash games fixed limit que é a minha especialidade. Mas já são bem bons para um amador de torneios (melhores que 95% dos jogadores). E no que diz respeito aos de 18, tenho preferência por eles por razões bem concretas que ali atrás apresentei. Seguem os exemplos:

A prize pool do 9 de $10+1 é de $90 distribuidos desta forma:
1º $45
2º $27 ( -18 )
3º $18 ( -9 )

A prize pool do 18 de $5+0.5 é de $90 distribuidos desta forma:
1º $36
2º $27 ( -9 )
3º $18 ( -9 )
4º $9 ( -9 )

Como se pode ver é uma distribuição linear o que é óptimo para quem não tiver um grande edge na pontinha final do SNG (usei estes para a prize pool coincidir e tornar mais evidente a diferença).

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Saturday, May 5, 2007

J♠ 3♥ na BB (FL SH $1/2)

Esta é a primeira mão que coloco aqui no Blog para a secção de mãos comentadas. Pontualmente colocarei mãos que considero interessantes, não se trata de mostrar mãos espetaculares ou mãos com grandes potes mas mãos que apresentem aspectos interessantes que valham a pena ser discutidos e relevados.


$1/$2 Limit Hold'em - *** 05 05 02:39:43 2007
Table Vodka Sonic (Real Money)
Seat 6 is the button
Total number of players : 5
Seat 1: jace4453 ( $52.87 )
Seat 3: hazel33 ( $36.23 )
Seat 6: jassi15 ( $74.54 )
Seat 7: Giubs ( $63.15 )
Seat 9: antzzz ( $512.25 )
Giubs posts small blind [$0.5].
antzzz posts big blind [$1].
jace4453 posts big blind [$1].
** Dealing down cards **
Dealt to antzzz [ J3 ]
jace4453 checks.
hazel33 calls [$1].
jassi15 calls [$1].
Giubs calls [$0.5].
antzzz checks.

Com J3off na BB - cartas que obviamente nunca jogaria se me encontrasse fora das blinds ou se fosse forçado a colocar mais dinheiro no pote - só me resta checkar.

** Dealing Flop ** [ 5 5 3 ]

Neste Flop é bastante plausível que eu me encontre na frente. No entanto encontro-me numa má posição, com um kicker mediano e contra uma data de jogadores. Se optar pelo bet é bastante provável que encontre calls, provavelmente até mais do que um. Ficarei numa situação difícil no Turn bastantes vezes quando sair uma carta que na esmagadora maioria dos casos não me vai servir. Ironicamente, embora seja provável que de momento me encontre na frente, é uma mão onde estou bastante susceptível a desistir.

Giubs checks.
antzzz checks.
jace4453 checks.
hazel33 checks.
jassi15 bets [$1].
Giubs folds.
antzzz calls [$1].
jace4453 folds.
hazel33 calls [$1].

Ocorre que todos os jogadores fazem check até ao Button e este faz Bet. Neste cenário e com um Flop destes é altamente provável que se trata de uma tentativa de Steal. Aqui eu faço um call de pronto e agora teremos vários folds. Com o meu check/call e já dois jogadores envolvidos os restantes jogadores tenderão a foldar quase tudo. Passa a valer-me a pena disputar a mão. Aqui havia uma segunda linha de acção que seria executar um raise. Era uma boa alternativa e muito possivelmente uma tal que resolveria a questão já no Flop. Teria contudo ganho um SB praticamente uncontested. Não deixa de ser uma boa linha de acção mas, como irão certamente notar se acompanharem este meu blog, não sou um jogador particularmente agressivo e dou muita atenção ao table selection. Os meus habituais adversários são jogadores que cometem erros frequentes no pós-flop, os quais eu tento explorar pelo que a minha linha de acção é ligeiramente mais loose/passive do que aconselharão grande parte dos pro's. Contudo, devo notar também que o meu jogo é bastante flexível e opto noutras situações - por exemplo, contra jogadores tight/agressive e ainda mais especialmente contra maníacos - por linhas de acção substancialmente diferentes e mais agressivas. Adaptação é aqui a palavra chave.

** Dealing Turn ** [ 5 ]
antzzz bets [$2].
hazel33 calls [$2].
jassi15 folds.

No Turn e contra as expectativas, sai-me uma carta favorável. O 5 é a melhor carta que me pode sair aqui a par de 3 e, considero, à frente de um J que seria uma carta bastante ingrata (a melhoria da mão com um J seria mais aparente do que real dado que o meu 3 paired com a board passaria a não ter qualquer relevância pelo que eu tinha o top pair com um mau kicker, sendo o 55 comum).

Dado que a minha mão melhorou substancialmente e que o risco de ser raised é reduzido (na verdade praticamente só vou ser raised por mãos perante as quais, apesar da melhoria, era sensato foldar) opto pelo bet na defesa da minha mão. Note-se que o meu move pode aqui ser interpretado como eu tendo o 5 inclusivamente. Trata-se de uma jogada razoável e possivelmente melhor até que uma tentativa de check/raised dado que se tento o check/raise o mais provável é os dois restantes jogadores checkarem. Trata-se inclusivamente de uma jogada que pratico com frequência quando o meu trio é composto por duas cartas na mesa e uma na mão e me encontro fora de posição (Check no Flop e Bet no Turn).

Optando por um bet ali, qualquer jogador razoável interpretará pelo menos que eu tenho uma mão construída. Portanto, um raise aqui praticamente só virá de alguém que de facto tenha o 5 ou um jogador com pocket pair alto na mão. Se for raisado e conforme a leitura que tenho do jogador que me faz o raise, poderei considerar foldar.

Neste caso levo um call do terceiro jogador - que ou está num mega slow play ou vai à procura de algo - e o Jassi folda, confirmando que o bet do flop não passava de uma tentativa de steal.

** Dealing River ** [ 10 ]
antzzz checks.
hazel33 bets [$2].
antzzz calls [$2].

Quem leu a minha Poker Note sobre a utilidade do Check no River facilmente entenderá a razão de ser deste Check. A verdade é que a maioria dos jogadores tenderá aqui a fazer um Bet e aqueles que fazem check fazem-no grandemente por receio de estarem batidos por qualquer coisa melhor contra um jogador que não desiste da mão de maneira nenhuma.

A razão porque faço aqui o check é esta: o adversário ou falhou completamente a mão e se eu fizer bet ele vai foldar praticamente sempre ou tem algo e esse algo praticamente sempre me bate. Um bet aqui simplesmente não é boa opção, virtualmente nada há a ganhar com ele.

Já um check garante uma perda minima caso estejamos batidos e induz um bluff ao jogador adversário caso este tenha falhado a mão.


** Summary **
hazel33 shows [ 2 A ].
antzzz shows [ J 3 ].

antzzz collected [$15.05].

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Friday, May 4, 2007

Um bot em cada esquina

Existe alguma fabulação e mito em torno desta questão. Bastantes jogadores abordam frequentemente a questão nos chats das salas de poker com certo dramatismo. No fundo acabam por pegar na questão numa abordagem algo similar às teorias da conspiração, das mãos rigged e afins...

Os Poker Bots existem, de facto. Mas não se trata, por enquanto de um problema preocupante:

  • Para um bom jogador, jogar contra um bot - assumindo que este está bem programado e pratica um bom poker - não é diferente de jogar contra outro bom jogador, o que de resto acontece a toda a hora, pois existem bastantes bom jogadores a jogar online em praticamente todos os níveis.
  • Para um mau jogador, jogar contra um bot - assumindo que está bem programado e que pratica um bom poker - também não é diferente. No long-run perde para ambos.
Actualmente e que haja conhecimento ainda não existem bots que em mesas multi-jogador consigam suplantar largamente um bom jogador. Antes pelo contrário, de momento um bom jogador consegue fazer melhor.

Um bot não está a fazer nada de extraordinário, não vê as cartas nem faz batota. Na melhor das hipóteses, joga bem. O seu estilo continua a ser reconhecível e qualquer outro jogador se pode adaptar a ele. E se porventura notar que não o consegue bater, evita envolver-se com ele nas jogadas ou em casos mais extremos, abandona a mesa (algo difícil de realizar, convenhamos, pois habitualmente o orgulho fala mais alto).

Ao contrário do que por vezes se tende a julgar, programar um computador para jogar Poker é bastante mais complexo do que por exemplo programa-lo para jogar Xadrez. Dada a natureza do Jogo é muito complexo fazer algo que ultrapasse um bom jogador.


Outro aspecto que sublinha a sobreavaliação deste problema é o seguinte: existem basicamente dois tipos de jogadores, os que jogam por prazer e perdem e os que jogam com o objectivo de ganhar porque são capazes de grante parte dos outros jogadores. São estes os dois grandes grupos (sendo o primeiro grupo seja bastante maior do que o segundo). De uma forma geral, nenhum destes grandes grupos estará muito interessado em recorrer a um Pokerbot. Os primeiros porque nem sequer faz sentido, jogam por prazer e colocar um computador a jogar por eles não os satisfaz minimamente, certamente. Para o segundo grupo e como um Pokerbot não cai do céu, é necessário um grande trabalho de programação e desenvolvimento, não existe um grande incentivo para tal realização dado que o jogador consegue ganhar sem recorrer ao bot.

Existirá porém uma minoria que poderá recorrer ao bot porque ou não consegue resultados (nesse caso é algo difícil imaginar esse jogador capaz de desenvolver um bot) ou são discretos e pretende aumentá-los. Outros, eventualmente por mera curiosidade ou desafio...

Mas imaginar - como chegam alguns jogadores a fazer - que as salas se encontram pejadas de bots é algo que não é muito plausível.


Como complemento deixo este excerto de uma entrevista ao principal autor daquele que é considerado o melhor bot da actualidade - um bot que apesar de tudo só consegue um bom desempenho em heads-up - o VexBot:

The University of Alberta’s Computer Poker Research Group has developed an artificially intelligent automaton known as “Vex Bot,” capable of playing poker at the master level, though as yet it can only apply its gambling genius to two-player games. Vex Bot has been used by researchers to test the frontiers of artificial intelligence – and as the basis for a commercial poker tutorial program, Poki’s Poker Academy -- but some fear it may become a blueprint for programmers with more sinister motives.

Darse Billings, lead designer of the Vex Bot said he believes the odds are better than 50-50 that other programmers have secretly unleashed bots on commercial poker sites, apart from the commercial bots. But he throws his chips in with the skeptics, saying it is unlikely they would be anywhere near as capable as the Vex Bot – so named for its ability to frustrate human opponents – which is the result of more than a decade’s research by the University of Alberta team.

“The strategy of the game is difficult and to sit down and write a program that can beat a table of experienced human players is no trivial task,” he said.

While bots have been used to play the optimal strategy in other online card games, like blackjack, poker is a different animal. The biggest obstacles lie in the amount of information unavailable to the player and the need for the program to be able to employ a variety of strategies at different times, such as bluffing and laying traps for opponents, explained Billings, a doctoral student and master poker player.

“With chess – I don’t want to trivialize it – but it’s just a matter of calculation,” he said. “With poker, you really need to write a program that can think about the game and reason.”

Fonte: http://www.msnbc.msn.com/id/6002298/

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Wednesday, May 2, 2007

Software: três classes

O Poker Online trouxe duas coisas ao poker: o boom e uma parafernália de aplicações de software...

Existe um número considerável de aplicações direccionadas para o Poker online que neste artigo dividirei em três grupos.

  • Software profissional:
Neste grupo inclui-se um conjunto de aplicações que direi indispensáveis para o praticante sério do Poker na versão online, especialmente aqueles que se dedicarem aos cash games (ring). À cabeça está o Poker Tracker que é essencialmente uma base de dados onde serão arquivadas as mãos jogadas para posterior análise o que permitirá estudar o nosso jogo, rever e analisar mãos passadas, observar as estatísticas dos adversários, etc já para não referir a análise da performance do jogador (winning rate, variância, etc). Absolutamente indispensável...

Duas ferramentas que andam de mãos dadas com o PT são o PokerAce HUD e o GameTime+. Estas ferramentas funcionam como add-ons ao PT e permitem colocar sobre as mesas as estatísticas dos adversários, extremamente útil para os jogadores que fazem multi-tabling. A primeira é bastante melhor e mais prática sendo que a segunda tem algumas funcionalidades manuais (que no PA HUD são automáticas) mas com a vantagem de suportar alguns sites não suportados pelo PA HUD. Por fim, uma ferramenta extremamente útil como companion do PT é o PokerGrapher dado que a ferramenta gráfica do PT é algo limitada ao passo que o PG é bastante versátil.

Outro grupo de aplicações bastante útil é aquele que se destina à análise de situações/cenários e calculo de probabilidades. Destaco o PokerStove, que permite traçar cenários de mãos específicas contra mãos específicas, mãos específicas contra ranges e ranges contra ranges. Extremamente versátil e com um métode de cálculo muito poderoso. Recorro ainda a uma pequena aplicação PokerOdds 2 para determinar a probabilidade de conseguir determinadas mãos dado que o PokerStove está orientado para o retorno financeiro (equity) num dado cenário mas não especifica as configurações. O Poker Odds permite ainda efectuar o draw até um ponto específico (Flop, Turn ou River/Showdown). De sublinhar que estas ferramentas destinam-se a uma análise off-line e que não são desenvolvidas para serem utilizadas durante o jogo, em tempo real.

Este conjunto de aplicações favorecerá o desenvolvimento do jogador e levá-lo-á a uma abordagem mais séria e cuidada do jogo. Outro aspecto a destacar: estas ferramentas permitirão que o jogador tenha uma visão bastante mais objectiva do jogo. Este passará a ter uma noção bastante mais exacta do que realmente se passa nas mesas, de qual a vantagem real da mão x sobre a mão y bem como a desfazer uma série de mitos. Adeus memória selectiva...

Obviamente outras ferramentas que desempenham papéis semelhantes como o Poker Office por exemplo encaixam neste grupo. As que citei em destaque são aquelas que considero claramente as melhores, mais eficazes e mais profissionais.

  • Muletas informáticas:
Existe ainda um conjunto de aplicações que supostamente nos tornam grandes jogadores. São um conjunto de aplicações que nenhum jogador sério utiliza também. Refiro-me aqui a ferramentas como o Poker Indicator ou o famigerado Calculatem. Estas aplicações dão-nos as odds e a probabilidade da nossa mão vencer bem como indicam a suposta melhor decisão a tomar (bet/raise/fold). Aconselho vivamente a não recorreram a este tipo de ferramentas.

A atenção e tempo gastos com esses programas devem ser aproveitados para atentar noutros aspectos do jogo. Com alguma experiência e dedicação, seguindo algumas técnicas e regras relativamente simples, contar as outs e estimar a probabilidade de ganhar a mão com uma qualidade/precisão razoável é algo que o jogador acaba por fazer quase mecanicamente.

A primeira coisa que um jogador deve fazer é na minha opinião precisamente desenvolver essa capacidade para então poder passar para um estágio superior em que este olha para as suas cartas, olha para a board e respectiva textura, olha para a acção, olha para as características dos adversários e respectivas posições e então decide. Este é um processo integrado e mais complexo do que saber se se tem outs suficientes ou não ou quais as probabilidades de ganhar a mão.

O recurso a estes programas vai impedir que este processo se desenvolva com a fluidez desejável e funcionar como um travão ao desenvolvimento do jogador. Não conheço jogador sério algum que utilize este tipo de ferramentas (que de resto é inviável para multi-tabling).


  • Contos do vigário:
Por fim temos a família das aplicações que se destinam a enganar papalvos. Nuns casos tratam-se de fraudes completas, noutros aplicações que não fazem aquilo que dão a entender.

É comum surgirem alegações do tipo 'saiba as cartas do adversário' e outras coisas semelhantes bem como sites ao estilo típico da banha da cobra com alegações e testumunhos de resultados miraculosos. São fraudes tão evidentes que nem sequer vou perder muito tempo, mas fica aqui a secção para servir basicamente de alerta.

Se alguém estiver tentado a deitar alguns euros ao rio alerto para o seguinte: não é possível saber as cartas dos adversários (quanto muito o software dir-vos-á as cartas das mãos passadas como o PT faz). Promessas e testemunhos de resultados miraculosos valem zero e só podem ser para iludir crentes pois ninguém vende a galinha dos ovos de ouro. Se de facto funcionassem os autores nem queriam nem precisavam de os vender. Limitavam-se a utiliza-los e a ficar podres de ricos.



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PokerEV
PokerAcademy Pro

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