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Play MoneyO Play Money consiste em dinheiro fictício que a generalidade das salas de poker disponibiliza aos jogadores. Essas fichas, ou dinheiro fictício, podem ser utilizadas em mesas existentes exactamente para esse propósito, as mesas de play money, onde os jogadores podem treinar, aprender as regras do jogo e ambientarem-se à aplicação sem investirem dinheiro real.
Por norma, se o jogador perder o montante de play money pode repô-lo.
UtilidadeDe uma forma geral é praticamente unânime entre os jogadores mais experientes, o Play Money tem uma utilidade reduzida e não serve para a aprender realmente a jogar poker, teorica e estrategicamente falando.
O poker real (jogado com dinheiro real) é um jogo que se baseia no custo das decisões e o seu retorno esperado. Os jogadores investem um montante numa decisão, montante esse que podem perder, e fazem-no com uma expectativa de ganho. Num jogo play money as decisões não custam dinheiro e o retorno é igualmente nulo. Como tal, economica/monetaria/financeiramente, todas as decisões são iguais. Todas as decisões têm EV nulo. É indiferente o que o jogador decida. Embora se possa argumentar que um grupo de jogadores tente jogar de forma correcta, a verdade é que não podemos controlar nem o factor emocional nem a forma como os outros jogadores encaram decisões que não têm custo nem retorno e que se podem dar ao luxo de tomar qualquer tipo de decisão, certa ou errada, sempre com as mesmas implicações.
A utilidade do Play Money praticamente se reduz a aprender as regras do jogo, a ambientar-se ao software da sala de poker ou simplesmente como puro divertimento ou passatempo. Não é possível aprender a jogar poker de forma realista num jogo de play money e acresce que é extremamente difícil percebermos se estamos a bater a média dos adversários devido a tratar-se de um jogo de soma positiva.
Soma PositivaUm factor importante e que pode levar os jogadores iniciados a interpretar mal as suas prestações em Play Money é o facto do jogo em play money constituir um jogo de soma positiva, precisamente o oposto do jogo real.
O jogo real é um jogo de soma negativa dado que o retorno global no jogo é igual ao montante investido pela soma dos jogadores subtraído da comissão da casa (na forma de fee ou rake). Os jogadores, no seu global e independentemente das prestações individuais, estão a perder ao praticar o jogo.
O jogo play money é um jogo de soma positva. Os jogadores recebem as fichas gratuitamente e, habitualmente, quando perdem as fichas podem repo-las e voltar a jogar. Ou seja, estão «permanentemente» a ser introduzidas novas fichas. Os jogadores no seu global estão a ganhar constantemente. Num jogo de soma positiva, mesmo um jogador abaixo da média tenderá a ganhar. Na verdade, num jogo de soma positiva a prestação real do jogador sería medida por comparação com a média de fichas de todos os jogadores ou, o que resulta no mesmo, pela evolução da sua quota no global de todos os jogadores. Exemplo: hoje um jogador detém 1.000 fichas e representa 0.02% de todas as fichas de play money em determinada sala; amanhã o mesmo jogador detém 1.200 fichas e representa 0.01% de todas as fichas. Neste exemplo, apesar do jogador aumentar o número de fichas, trata-se de forma evidente um jogador perdedor que num jogo real tendería a perder. Contudo, o jogador tenderá a julgar que está a bater a média.
Poder-se-á argumentar que uma das motivações das salas de poker para disponibilizarem mesas play money será a de induzir os jogadores a transferirem-se para as mesas reais de jogo baseados no (provavelmente falso) pressuposto de que são ganhadores no jogo.
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